Euler Júnior/EM/D.A PRESS - 26/01/10 |
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Salomão Terra, de 26 anos, acredita que interagir com os usuários da rede é um dos desafios para os profissionais da área |
Quem pensa que para trabalhar com as redes sociais basta participar das conversas e interagir está parcialmente equivocado. A lição é repassada pela estudante de jornalismo Juliana Machado, de 21 anos, que pretende
trabalhar como analista de redes sociais. “Quem quer atuar nessa área tem que largar o senso comum, de achar que basta fuçar e participar. O trabalho exige muita pesquisa, planejamento e criação de estratégias”, diz.
Juliana não está sozinha nessa constatação. De olho nessa nova forma de interação, muitas empresas vêm buscando o reconhecimento de suas marcas nesse novo ambiente. “As redes sociais são cada vez mais usadas para obter vantagem competitiva no mercado, apresentando produtos e serviços para
um público com perfil selecionado”, reforça Alexandre Estanislau, diretor de arte e criação da Bolt Brasil Comunicação Digital. Esses profissionais são requisitados porque atuam no fortalecimento das marcas, por meio do universo digital. Pesquisas apontam que 52% dos usuários de redes sociais já interagiram com marcas nesses ambientes. E que 80% das pessoas confiam em recomendações de compras feitas por amigos de rede.
Com amplo trânsito na internet, Juliana aprende os primeiros passos da
função na Bolt Brasil Comunicação Digital, onde integra a equipe da analista Janaína Oliveira, de 24. “Os bons resultados despertam maior interesse das empresas nas comunidades on-line. O importante não é necessariamente aparecer em todos os espaços, mas adequar o conteúdo do cliente para
criar a melhor forma de aproximação nas redes sociais, com foco no público de interesse” afirma Janaína Oliveira, analista de redes sociais da Bolt Brasil.
Embora não baste apenas ser integrante das redes sociais, também não há como atuar na função se o profissional não estiver conectado a elas. Juliana, por exemplo, tem um blog e contas no Orkut, Twitter, Form Spring, Blip FM, YouTube e Facebook. O trânsito no ciberespaço a ajuda no processo de criação, manutenção e acompanhamento dos perfis criados para as empresas, que são, nesse ambiente, um importante espaço para a construção do marketing.
Em geral, os profissionais que estão assumindo a função de gestores de redes sociais são egressos de cursos de comunicação, o que não significa que pessoas formadas em outras áreas não possam atuar nesse segmento. Como
se trata de uma nova função – ainda não se pode falar em profissão –, as instituições de ensino superior começam a oferecer cursos para a formação dos profissionais, geralmente especializações. Um dos cursos oferecidos é o marketing digital, especialização do UNI-BH. No curso, os alunos discutem marketing digital, web métricas (técnicas e métodos para medir resultados
dos projetos on-line), gestão da informação e do conhecimento, design de interação e mobile marketing (como usar os dispositivos móveis, como celular, Ipad etc.), além de estratégias para criar links patrocinados.
A formação é essencial na avaliação do analista de redes sociais Salomão Afonso Terra, de 26, uma vez que o trabalho está em constante mudança.
“São muitas informações, tudo é muito dinâmico. Todos os profissionais
estão atrás de um conjunto de práticas que possam ser aplicadas”, pontua. Formado em jornalismo em 2006, desde então Salomão se dedica à análise
das redes sociais.
A tarefa vai desde criar perfis para as empresas até gerenciar crises no
mundo digital, uma vez que é bastante comum pessoas usarem a rede de computadores para reclamar e se queixar das empresas. Um dos desafios
para os profissionais dessa área é como interagir com os usuários. “Como se manifestar: com o perfil empresarial ou como um usuário comum? É uma linha muito tênue, porque precisamos usar a linguagem peculiar das redes”, afirma Salomão. Ele ressalta, porém, que não devem ser usados os perfis individuais para fazer o marketing das empresas. Isso porque, quando esses limites não
são bem estabelecidos, pode ocorrer um uso pouco ético das redes sociais.
A web é um universo frutífero para o mundo corporativo. O coordenador da especialização em marketing digital do UNI-BH, Marco Antonio Carvalho Brum, lembra que é importante um perfil empreendedor para aproveitar essas oportunidades. No livro As profissões do futuro, o professor Carlos Antônio Leite Brandão mapeia algumas dessas possibilidades profissionais na rede,
como o especialista em inteligência, memória artificial, robótica e
computação avançada; especialista em realidade virtual; especialista em finanças on-line; administrador de comunidades e tarefas virtuais e a distância; bibliotecário cibernético.
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