Conexão Digital 1114 - Celular não é presente pra criança [VEJA O VÍDEO]

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Se você é pai ou mãe de uma criança entre os 8 e 12 anos, deve ter passado por esse mesmo problema. Um colega da sala ganha um celular. Um tempo depois, outro ganha. Nesse momento, sua filha ou seu filho vai te pedir um aparelho próprio. O fato é que dar um celular de presente a uma criança pode representar - e acelerar - o fim da infância. 

É um presente muitas vezes visto como um símbolo de cuidado, proteção e até status. Os pais, movidos pelo desejo de manter os filhos conectados e felizes, acabam cedendo. Afinal, outras crianças também têm. À primeira vista, o brilho nos olhos da criança parece validar a escolha. 

Mas o que acontece depois? A criança começa a explorar jogos, vídeos, redes sociais. O celular vira um universo paralelo na palma da mão. Você o chama pra tomar café, almoçar, jantar, sair, e a resposta é sempre a mesma "já vou..." e isso se repete várias vezes. Você ameaça tomar o aparelho, como um castigo, e ganha a ira da criança. Situação difícil, mas necessária. 

Em pouco tempo as brincadeiras viram coisa rara. Os olhares curiosos para o céu, os livros, um passeio de bicicleta, os amigos de carne e osso — tudo vai sendo substituído por pixels e notificações. As conversas à mesa, há quanto tempo não acontecem? 

É aí que a dicotomia se revela. O presente que pretendia aproximar pode acabar afastando. Aquilo que deveria somar, passa a substituir. E o que era para ser ferramenta vira refúgio. E um refúgio potencialmente perigoso, já que nem sempre conseguimos acompanhar tudo o que a criança vê e participa ali. 

Presentear com um celular pode sim ser um gesto de amor — desde que venha acompanhado de presença, limites e constante diálogo. 

Ser criança é um direito. Um tempo curto, mas essencial. E cabe a nós, adultos, garantir que ele não seja engolido pelo brilho frio das telas.

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