Setor de Tecnologia da Informação cresce e revela nova vocação de Minas Gerais
Os grandes aportes e projetos anunciados pelo Governo de Minas nos últimos dois anos estão ajudando a posicionar o estado entre os grandes centros de Tecnologia da Informação (TI) do país. Atualmente, Minas abriga 5 mil empresas de TI, o que representa 7,6% do total de companhias deste setor no país, com faturamento anual de R$ 2,3 bilhões, além de formar 1,3 mil profissionais por ano no segmento. As empresas geram, só em Belo Horizonte, 20 mil empregos diretos, número que tende a expandir nos próximos anos segundo especialistas da área.
A mais recente ação de fomento ao setor partiu do governador Antonio Anastasia que, em fevereiro deste ano, enviou à Assembleia Legislativa projeto de lei para criar um ambiente favorável para o desenvolvimento de empresas iniciantes de base tecnológica, as chamadas startups, e aproximar os empreendedores mineiros dos polos mundiais de inovação. A startup mineira Innovation Oasys (Ioasys), fundada em 2012 por dois jovens estudantes de Engenharia da Computação e focada no desenvolvimento de soluções para plataformas mobile, será uma beneficiadas com a medida de incentivo.
Com um aplicativo voltado para a área de educação e treinamento de empresas que tenham interesse em ofertar conteúdos por meio de dispositivos móveis, a Ioasys foi a primeira colocada da etapa de Minas Gerais do concurso de Startups Brasil Reino Unido, realizado este ano. “Nosso objetivo é facilitar o acesso de professores, alunos e empresas para que o ensino seja mais dinâmico e digitalizado. Queremos quebrar o paradigma da educação no Brasil”, revela o sócio fundador da Ioasys, Gilson Vilela.
Tecnologia contra dengue
Apesar de novata no mercado, a Ioasys já desenvolveu grandes projetos, como o aplicativo da Secretaria de Estado de Saúde (SES) que permite a população colaborar com a campanha “Todos Contra a Dengue” de uma maneira fácil e acessível. A ferramenta digital, lançada em 2011 e disponível para smartphones, busca transformar o cidadão comum em agente contra a doença.
“Fomos convidados a desenvolver o projeto digital para a campanha. O aplicativo possibilita ao cidadão registrar possíveis focos de dengue em qualquer lugar. Basta enviar uma foto por meio do smartphone para a central de combate à dengue”, esclarece Gilson. A plataforma também disponibiliza informações sobre a campanha e notícias do Twitter da SES.
Acelera Minas
Também este ano, Minas Gerais conquistou o direito de sediar uma das nove aceleradoras de empresas de TI no país. As aceleradoras são grupos que reúnem membros do governo, academia e entidades representativas do setor com o objetivo de impulsionar as startups.
As dez empresas participantes do projeto mineiro ainda serão escolhidas por meio de edital lançado em março. Cada uma irá receber, por 12 meses, R$ 200 mil para desenvolver negócios. O projeto da aceleradora mineira foi desenvolvido pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) em parceria com a Sociedade Mineira de Software (Fumsoft).
A Sectes também está à frente do MG TI 2022, versão mineira do projeto TI Maior do Governo Federal. Trata-se de um condomínio temático de empresas voltadas para o desenvolvimento da TI a ser instalado na Cidade da Ciência e do Conhecimento, que será construída na região Nordeste da capital até 2014. sendo. O objetivo é agrupar as instituições públicas e privadas para a produção de pesquisas, conteúdos e formação de mão de obra especializada nesta área, com o apoio da Universidade Aberta e Integrada de Minas Gerais (Uaitec).
“Com o MG TI 2022, vamos criar em Minas um conglomerado de empresas de TI de classe mundial”, destaca o secretário da Sectes, Narcio Rodrigues. A previsão de investimentos do Governo de Minas no projeto é de R$ 195 milhões. Com a iniciativa, a meta é gerar cerca de 72 mil novas vagas de trabalho no segmento no estado e alcançar faturamento de R$ 9 bilhões.
Investimento em novas ideias
Outra frente de trabalho no desenvolvimento da chamada “nova economia” são as três linhas de crédito destinadas a empresas de tecnologia interessadas em viabilizar ou expandir os negócios, disponibilizadas pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) em parceria com a Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
Desde o lançamento da parceria, em julho de 2011, mais de 130 empresas já foram beneficiadas, com um aporte total de R$ 38,95 milhões. Uma delas é a Way Carbon, especializada na consultoria e elaboração de estratégias de enfrentamento das mudanças climáticas.
A Way Carbon usou o crédito para construir a nova sede da startup no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), um dos mais importantes espaços do país a abrigar empresas de tecnologia. “O contexto do BH-Tec vai ao encontro dos objetivos da empresa, que busca a integração com outras companhias de base tecnológica e de inovação. Já identificamos os parceiros imediatos e estamos amadurecendo as parcerias para desenvolver e explorar novos produtos”, enfatiza o sócio-diretor da Way Carbon, Breno Brates.
Outra empresa presente no BH-Tec é a Labtest, maior indústria brasileira do segmento de diagnóstico in vitro. O portfólio de produtos da empresa conta com ampla linha de reagentes e de equipamentos para diversos portes de laboratórios de análises clínicas. “Projetos de expansão da Labtest no mercado estão em andamento. Os primeiros resultados de 2012 apontam para um crescimento de 59%”, pontua a presidente da empresa, Eliane Lustosa.
Inaugurado pelo governador Antonio Anastasia em 2012, o BH-Tec completa o portfólio de grandes projetos de tecnologia apoiados pelo Governo de Minas, que investiu R$ 65 milhões na iniciativa. O complexo tecnológico foi construído em terreno cedido em regime de comodato pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceira com a prefeitura de Belo Horizonte, Agência Brasileira de Inovação (Finep), Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Fapemig.
Atualmente, o BH-Tec abriga 16 empresas e, nos próximos anos, passará por uma expansão, com conclusão prevista para 2018. Além do BH-Tec e do ParqueTecnológico de Viçosa, está prevista a implantação de mais quatro unidades tecnológicas no Estado: em Itajubá e Lavras, no Sul do estado, Juiz de Fora, na Zona da Mata, e Uberaba, no Triângulo Mineiro.
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