BH planeja ser a capital da inovação e referência em tecnologia
Minas Gerais tem planos ousados para se consolidar como estado referência em tecnologia no Brasil e transformar Belo Horizonte na capital nacional do setor. A principal aposta é a criação de um condomínio empresarial de tecnologia da informação (TI), com um investimento previsto de R$ 100 milhões. O projeto está em fase de viabilização da construção e de adesão de empresas, mas a intenção inicial é de que seja usado um terreno de 30 mil metros quadrados que a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) dispõe na Avenida José Candido da Silveira, no Bairro Horto. Dessa forma, o polo se integraria às construções da Cidade da Ciência do Conhecimento e comportaria um volume de 20 mil a 30 mil profissionais.
Esta semana, representantes do setor e da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) vão se reunir para definir a coordenação e o cronograma do projeto – de acordo com levantamento prévio, já são cerca de 70 empresas interessadas, que devem informar o tamanho da área que pretendem ocupar no condomínio. Além do polo empresarial, também será criado um condomínio temático de instituições de ensino superior, pesquisa e desenvolvimento em TI, com o objetivo de produzir e difundir conteúdos para formação de mão de obra na área.
O secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues, explica que a ideia é criar um condomínio de empresas, aberto a investimentos públicos e privados, com área para convivência, pesquisa e capacitação. Um dos papéis do governo estadual seria possibilitar incentivos, como oferta de crédito para as empresas. De acordo com o secretário, pela primeira vez é possível ver o estado se organizando em torno de um tema com a participação de todas as áreas envolvidas, como empresas de TI, empresas beneficiadas pelo desenvolvimento da área, instituições de ensino e governos estadual e municipal. “Estamos construindo um ambiente raro de convergência positiva em um setor que é de muita disputa.”
As decisões sobre o condomínio estão embaladas pelo anúncio de que Minas vai abrigar uma das aceleradoras do programa Start-Up Brasil, que tem o objetivo de investir no desenvolvimento de 100 novas empresas de TI na primeira rodada, com o investimento de R$ 200 mil em cada uma. O Projeto Acelera-MG, liderado pelas entidades que representam o setor no estado – Assespro-MG, Fumsoft, Sindinfor e Sucesu-MG – foi escolhido em uma seleção que contemplou mais oito propostas de outros estados.
O edital para selecionar as empresas participantes deve ser divulgado no início de abril e em junho começará o processo de aceleração das selecionadas, com duração de seis meses a um ano. Thiago Maia, presidente da Fumsoft, explica que tanto o condomínio empresarial quanto o projeto Acelera-MG têm como fundo o MG TI 2022 – versão mineira do Programa TI Maior, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação –, que traça metas para Minas e BH no cenário tecnológico, como aumentar o faturamento do setor de TI da RMBH de R$ 2 bilhões em 2012 para R$ 9 bilhões em 2022 e passar o número de empregos da área em BH de 20 mil para 72 mil no mesmo período.
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