Redes sociais nas eleições 2010

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Reproduzo abaixo artigo publicado no dia 13 de maio no site da Assespro-MG. Indicado àqueles que atuarão nas eleições 2010:

Em ano de eleições para cargos estaduais e federais, uma das grandes preocupações é como escolher o melhor candidato diante de tantas alternativas. Uma das aliadas nesse sentido é a tecnologia, que já se mostrou eficiente na condução de processos democráticos. Um dos exemplos mais antigos disso é o uso da urna eletrônica, desenvolvida no Brasil em 1996. Recentemente, com o desenvolvimento da Web 2.0, as redes sociais funcionam como importantes canais informais de comunicação entre políticos e candidatos.


A facilidade de utilização é um dos fatores responsáveis pela proliferação dos recursos da Web 2.0. Os avanços nos aplicativos permitem que qualquer usuário, mesmo aquele que não possui conhecimentos de programação, publicar e receber conteúdos. Assim, fica fácil colocar textos, imagens, sons e vídeos na internet, que são acessíveis no mundo inteiro. Chamados Consumer-Generated Media (CGM) - mídia gerada pelo consumidor -, esse conteúdo dá origem a blogs e redes sociais, como o Facebook, Orkut, YouTube, MySpace e Digg.


Esta interação, embora não seja presencial, possui o poder de influenciar na tomada de decisão. comum até mesmo a utilização de técnicas de marketing que procuram explorar as redes sociais para aumentar a divulgação de marcas e até mesmo reunir pessoas em manifestações. Chamado de marketing viral, esse recurso já provou ser eficiente para reverter, inclusive, pesquisas de intenção de voto.


Uma das iniciativas no sentido de promover o monitoramento da democracia usando redes sociais foi a criação do Movimento Colaborativo Brasileiro (MCB). Movimento livre da sociedade civil organizada, o MCB consiste em uma nova ferramenta de participação nas políticas públicas e de relacionamento com parlamentares. O recurso integra uma comunidade na internet com a interatividade via celular (SMS).


Idealizado e implementado por meio do Instituto Rede Cidadã de Inclusão Social, entidade sem fins lucrativos, o MCB conta com a participação de empresários, políticos, estudantes e trabalhadores de diversas áreas. Elaborado com recursos da Web 2.0 e conceitos de redes sociais, o MCB é uma ferramenta que propicia aos cidadãos a oportunidade de interferência ativa na atuação política de candidatos e políticos filiados ao movimento.


A participação no movimento é gratuita, bastando fazer o cadastro no site www.movimentocolaborativo.org para que o usuário possa participar ativamente do movimento, utilizando login e senha, como conta o presidente da Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem On Line (Cabamol), Ricardo Capucio. "Nas primeiras enquetes, o usuário receberá perguntas sobre os principais eixos sociais das suas áreas de interesse. E, após as eleições de outubro de 2010, os candidatos do MCB forem eleitos, o internauta cadastrado poderá participar e influenciar as escolhas e decisões dos parlamentares do movimento", explicou o advogado.


Diretor de assuntos jurídicos da Assespro-MG e membro da Associação Brasileira de Direito de Informática e Telecomunicações (ABDI) e da Câmara Setorial de TI em Minas Gerais, Ricardo Capucio contou que, ao efetuar o cadastro, o cidadão 1adere ao termo de compromisso, escolhe suas áreas de interesse e a abrangência da sua colaboração em temas municipais, estaduais ou nacional. "Uma das principais ferramentas de participação é o aparelho celular, em que o usuário cadastrado recebe gratuitamente informações dos debates em andamento dentro do seu interesse", afirmou.


Após se cadastrar, o participante passa a receber informações gratuitamente, via SMS, sobre os debates em andamento, completou Ricardo Capucio. "Ao participar do movimento, o candidato assina eletronicamente o termo de compromisso, obrigando-se a votar de acordo com a decisão da maioria. Além disso, reconhece que o descumprimento dessa regra é justo motivo para processo de expulsão partidária e cassação do seu mandato", explicou o advogado.


Com isso, caso o político que aderiu ao movimento seja eleito, terá que cumprir o que prometeu em seu plano político. "Todas as regras são registradas em cartório e possuem validade legal para as providências de cassação. O histórico completo das discussões e debates é mantido em um banco de dados, permitindo uma completa auditoria dos assuntos tratados", disse Ricardo Capucio.


Espaço para o diálogo - Independente do segmento - serviços públicos, iniciativa privada ou terceiro setor -, o fato é que as redes sociais promovem uma verdadeira revolução nas formas de comunicação. Sócio e diretor de Negócios da agência interativa Nitrato, Daniel Diniz, afirma que uma das principais vantagens de ferramentas como Twitter, Facebook, Orkut, Linked in e Ning é a possibilidade de aproveitar uma comunicação de mão dupla, a qual todos têm acesso para expor seu ponto de vista. "Como conseqüência, enriquece-se cada vez mais o processo de desenvolvimento de produtos e serviços de acordo com a necessidade do consumidor."


E as possibilidades de utilização das redes sociais são infinitas. Mas para que seu uso seja o mais acertado possível, é importante ter clareza sobre alguns aspectos, como quem é o público-alvo a ser atingido, onde encontrá-lo e o que pode ser de seu interesse. "A partir daí, é possível realizar de negócios por meio de contato direto com compradores e fornecedores, fazer a conexão entre pessoas, disponibilizar conteúdo, fazer pesquisas, entre outros", disse Daniel Diniz.


Mas para dinamizar o processo de comunicação por meio de redes sociais levando em conta agilidade e eficiência, é preciso trabalho. "Tem que estabelecer o diálogo na rede e manter sempre a informação atual, para que as pessoas sintam que aquilo é um organismo vivo", ressaltou o diretor de Negócios da Nitrato. Feito isso, o monitoramento do alcance da ferramenta é fácil, pois as pessoas interagem com o conteúdo.
 (Júnia Letícia)

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